O álbum Refavela nasceu em meio às turbulências dos anos 1970 com o desafio de promover o resgate da cultura afro-brasileira. Neste livro, Maurício Barros de Castro apresenta o contexto do país na época de ditaduras militares, lutas anticoloniais e protestos contra a segregação racial, e conta como Gil se inspirou, numa viagem à Nigéria, para criar um dos trabalhos mais importantes de sua carreira. Ainda que capture um instantâneo das manifestações culturais de sua época, o livro mostra como as questões levantadas por Gil em Refavela continuam atuais. Ouço Refavela agora e penso que muitos caminhos apontados por Gil nos anos 1970 se mantêm em aberto. As relações contemporâneas entre Brasil e África permanecem pouco exploradas, a cultura da juventude negra carioca continua sendo criminalizada, o precário ainda articula processos artísticos dos dois lados do Atlântico”, diz o autor.