Santuário, de Maya Falks
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Cada exemplar é acompanhado de dois cartões-postais com cópias de ilustrações originais de Maya Falks e um guia turístico da cidade que dá título à obra, incluindo mapa no verso.
"Santuário é uma dessas histórias que desafiam, inquietam, desequilibram. Ao costurar vinte pequenos e médios contos, Maya Falks alinha um romance poderoso, que se desabotoa à medida que lemos. Complexa técnica de escrever histórias curtas com vida própria, as quais no conjunto desvelam tessituras bem mais amplas e sofisticadas. No microcosmo que é Santuário, sucedem-se acontecimentos desde os mais triviais aos mais bizarros. Todos sabem de tudo, e todos comentam, da igreja à Prefeitura, da Prefeitura ao Clube Naite, enquanto pressentem a chegada, mais dia, menos dia, dos objetos de desejo e desgraças da cidade grande. O tempo da ação, turvado pela autora pode ser ontem, hoje ou um longínquo amanhã , espraiará, pelos subterrâneos do passado e do futuro, as sempre misteriosas relações humanas."
Valesca de Assis
"A pacata Santuário, cenário das narrativas que se desenrolam e se reencontram aqui, vai se revelando, assim, chão de tragédias e de violência, que têm início dentro das próprias casas, e que prosseguem no subsolo da vida política, social e religiosa do lugar, contaminando também suas cercanias. Afinal, esse é um livro pontilhado de reticências, ainda que invisíveis – tudo aqui tem um antes e um depois, uma continuidade que se alastra por outras narrativas, sejam elas históricas, literárias, policiais, de vida. As personagens, cujos destinos parecem se encerrar em um fragmento, retornam logo adiante, normalmente devastadas pelo sofrimento, mas, às vezes, restabelecidas pelo contato com o outro. É que a constatação da ruindade do mundo não destrói a beleza de sua imprevisibilidade. Já o estilo brinca com a própria história literária brasileira, transitando sem receio pelo regionalismo, pelo naturalismo, pelo 'realismo feroz' de tempos mais recentes. E, em meio à brutalidade que cerca todas as relações, o afeto parece ser a linha a cerzir as possibilidades de resistência, seja na pequena cidade, seja em nossas vidas hoje."
Regina Dalcastagnè
A capa é de Caroline Silva sobre ilustração de Maya Falks.