O diabo mesquinho - Fiódor Sologub

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O tradutor de "O Diabo Mesquinho" conhece profundamente os usos da língua”, diz Aurora. Houve preocupação em preservar o espírito irônico que perpassa a estrutura assimétrica da narrativa, em que as falas das personagens são entrecortadas. O próximo lançamento, previsto para o segundo semestre, é mantido em segredo. Ao verter a literatura simbolista da Rússia para o português, há o cuidado com as transformações formais realizadas pelo simbolismo, marcado por alta densidade poética. Embora sejam influenciados pelos simbolistas franceses, os russos adquiriram autonomia, segundo a professora Aurora. “As imagens usadas na descrição narrativa criam atmosferas que provocam sufocamento.” E que suscitam um clima alucinatório nas histórias do protagonista de O Diabo Mesquinho, Ardalión Boríssytch Peredónov. Professor do ginásio de uma província russa do fim do século 19, ele busca a ascensão social e um matrimônio seguro. Todos à volta de Peredónov parecem conspirar para sua loucura e aviltamento. O tom fantasmagórico, de pesadelo, impregna a obra. “Sologub vive uma fase de transição, em que o pessimismo e o desencantamento vigoram”, diz Aurora. A visão pessimista, no entanto, se transfigura em sátira no romance de Sologub, um dos mais importantes escritores simbolistas ao lado de Aleksandr Blok e Andrei Biely
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