Os Direitos Humanos na Pós-Modernidade reúne os ensaios elaborados, ao longo de sete anos, pelo atual embaixador brasileiro em Sófia, na Bulgária, José Augusto Lindgren Alves. Seguindo a trilha de seu livro anterior, Os Direitos Humanos como Tema Global (Perspectiva, 2. ed., 2003), o autor reflete e discute a paradoxal situação dos direitos humanos no tecido socioeconômico da contemporaneidade, e nos terrenos sempre movediços das relações mundiais. Tendo como horizonte os movimentos políticos, sociais, econômicos e culturais ocorridos nos últimos anos, Lindgren Alves penetra em seus meandros para distinguir os múltiplos fatores que ameaçam a legitimidade do que foi formalmente universalizado pela Conferência de Viena de 1993. Profundo conhecedor e efetivo participante do debate que vem sendo travado sobre a questão em foros internacionais e brasileiros, sua análise traz à luz os eternos óbices à plena instauração e vigência dos direitos humanos, tais como os decorrentes de políticas do poder, do arbítrio autoritário, de preconceitos arraigados e da exploração econômica. Nesse exame ganham particular destaque as novas tribulações que, na atualidade, são introduzidas pelas práticas da globalização, ao mesmo tempo que são geradas no próprio seio desta época de crise de valores e troca de paradigmas, tida como pós-moderna. Sua escritura insere o leitor no próprio âmago da controvertida problemática dos referidos direitos, ao colocar os acontecimentos cotidianos de impacto mundial, as consequências do viver com medo devido aos ataques terroristas e do viver sem dignidade e liberdade devido às xenofobias, aos dilemas das discriminações de todo tipo e aos efeitos corrosivos da globalização cega. Acolhendo essa obra em sua coleção Estudos, a editora Perspectiva pretende dar ao leitor - estudante, interessado ou estudioso - subsídios para sua ciência, reflexão e posicionamento diante das regressões que se têm feito sentir no sistema internacional de direitos humanos, esta tão celebrada e tão violentada bandeira que as grandes potências e recentes democracias agitam politicamente em suas razões de Estado.